SEM POVO E SÓ COM… MINAS!

O Presidente angolano, João Lourenço, inaugurou hoje o maior projecto diamantífero do país, a mina de Luele (Luaxe), que deve iniciar a exploração ainda este ano com uma perspectiva de produção de 528 milhões de quilates. Não Deixando os seus créditos por personalidades alheias, estiveram igualmente presentes neste inequívoco exemplo de democracia e de um Estado de Direito o Presidente do MPLA, o Titular do Poder Executivo e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.

O kimberlito (rocha matriz do diamante) do projecto Luele, localizado no nordeste de Angola, província da Lunda Sul, foi descoberto em Novembro de 2013, durante as pesquisas geológicas da Sociedade Mineira de Catoca, segundo informação disponibilizada pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET).

Os estudos preliminares do potencial geológico indicam que o kimberlito Luele, com 600 metros de profundidade, numa área de 105 hectares, contem uma quantidade de minério de 647 milhões de toneladas, que resultarão em 628 milhões de quilates durante a vida útil de 60 anos da mina.

Até agora foram investidos 635 milhões de dólares (581 milhões de euros) pela Sociedade Mineira do Luele, em que a Catoca tem uma participação de 50,5%, a diamantífera estatal angolana Endiama, 25%, a Falcon, 19,5%, a Reform, 4,0%, e o Instituto Geológico de Angola (IGEO), 1%.

O país conta com oito fábricas de lapidação de diamantes, que empregam 673 jovens angolanos, informou hoje, em Saurimo, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que tutela a pasta desde 2017.

O governante, que falava na cerimónia de inauguração do projecto diamantífero do Luele, salientou que mais fábricas surgirão e estão a ser formados jovens que encontrarão emprego nestas unidades fabris.

Lembrou que, no âmbito do cumprimento da orientação do Titular do Poder Executivo, em plena Covid-19, a Sodiam construiu o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, onde foram instaladas todas as condições para a implementação de fábricas de lapidação e todas as infra-estruturas necessárias para o bom funcionamento desta actividade.

Entre as infra-estruturas erguidas, constam bancos, seguradoras, clínica, acomodação para os trabalhadores, restaurantes, uma escola-fábrica para lapidadores e uma escola técnico-profissional da Endiama para a formação em várias especialidades.

Indicou que, para o aumento de produção e melhor inserção da indústria diamantífera de Angola no contexto internacional deste produto, após alguns anos de negociações acérrimas, o Executivo trouxe de volta ao país a De Beers.

De igual modo, pela primeira vez, “temos a gigante da mineração global, a Rio Tinto, no nosso país, que, além de diamantes, está a verificar a oportunidade para realização de investimentos na prospecção de outros minerais”, sublinhou.

Para o ministro, a produção da Mina do Luele irá contribuir para um aumento significativo da produção de diamantes em Angola, acrescentando que a Endiama foi orientada a seguir uma estratégia diferente para o início o mais cedo possível da produção.

Para o efeito, disse que foi criada uma equipa constituída apenas por técnicos angolanos, que com o apoio da Direcção da Endiama, da Sociedade Mineira de Catoca e do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás levaram a missão a bom porto.

“Todo pessimismo, à volta do êxito do projecto, foi vencido com o alcançar das metas traçadas. Quero, por isso, apresentar esta jovem equipa, chefiada pelo Engenheiro Rômulo Mucase, que superou as dificuldades técnicas e financeiras e permitiu estarmos hoje aqui”, exprimiu.

Diamantino Azevedo observou, por outro lado, que o sector mineiro diamantífero em especial, tem sido muitas vezes medido apenas pela análise redutora que se faz aos seus principais indicadores macro-económicos.

“Muitas vezes não são considerados aspectos importantes do poder desta indústria de levar vida e desenvolvimento às zonas rurais muitas vezes inóspitas, ao seu contributo para o funcionamento de muitos outros sectores da economia, como de certeza estão a constatar nesta mina”, vincou.

Reconheceu que o contributo do sector diamantífero em particular e do sector mineiro em geral, para projectos sociais, de educação e de ensino nos últimos anos tem sido relevante e em breve iremos publicar estes projectos em dois relatórios.

Notou que o Executivo está ciente de que a actividade mineira, do ponto de vista humano não é renovável.

“Por isso estamos a implementar um programa para que nesta área onde hoje se desenvolvem os projectos da Sociedade Mineira de Catoca e da Sociedade Mineira do Luele surjam ainda durante o decorrer da actividade mineira e no futuro pós-mineração, um centro habitacional, turístico, agrícola, de ensino e de investigação, que orgulhará não só os trabalhadores mineiros de Angola, mas todos os angolanos”, finalizou. DC/VC

Em 6 de Fevereiro deste ano, Angola apresentou as suas potencialidades mineiras na Conferência Mining INDABA 2023, na África do Sul, promovendo também os minerais necessários para a transição energética.

Diamantino Pedro Azevedo, o ministro que chefiou a delegação angolana ao evento que decorreu na Cidade do Cabo, assinalou que a divulgação do potencial mineiro do país visava atrair investidores para a prospecção e pesquisa desses minerais em solo angolano.

“Para esta conferência nós trazemos especificamente a promoção dos minerais que são necessários para a transição energética, não queremos com isso dizer que estamos apenas a preocuparmo-nos com os minerais importantes para a transição energética, mas divulgar o potencial que o país também”, disse o ministro.

Em declarações à margem da abertura desta conferência, que congregou vários operadores do sector mineiro do continente africano e não só, Diamantino Pedro Azevedo também destacou a presença de empresas angolanas no evento.

“Trazemos a parte institucional, onde damos a conhecer como as empresas podem obter os direitos mineiros para que possam desenvolver a sua actividade no nosso país, bem como as infra-estruturas que já possuímos de apoio à indústria mineira”, referiu.

Segundo o ministro angolano, a delegação que chefiou, com agenda bastante preenchida, iria também manter contactos com dirigentes de várias empresas mundiais do sector e com instituições financeiras interessadas em financiar o sector mineiro angolano.

A Conferência Mining INDABA é considerada o maior evento africano de investimentos do sector mineiro.

Em 30 de Junho de 2015 foi anunciado que O Plano Nacional de Geologia (Planageo), permitiu até então o levantamento aéreo do potencial geológico numa área equivalente a 48 por cento do território nacional.

Segundo informação transmitida pelo director do Instituto Geológico Mineiro, Makenda Ambroise, dos 22 blocos a sobrevoar pelos três consórcios internacionais contratados, um dos quais integrando o Laboratório Nacional de Energia e Geologia português, dez já estavam concluídos.

“Agora vamos saber das áreas voadas quais as que são de interesse para avançar com o levantamento intensivo, onde teremos trabalho de campo”, explicou aos jornalistas Makenda Ambroise, à margem do encontro nacional de técnicos angolanos das geociências, realizado em Luanda.

Avaliado em 405 milhões de dólares (363 milhões de euros), o Planageo permitiria fazer o mapeamento dos potenciais recursos mineiros, envolvendo levantamentos aéreos, recolha e análise de amostras, sendo um dos maiores projectos do género a nível mundial, com conclusão então prevista para 2017.

Envolveu, foi dito em 2015, a construção de dois laboratórios regionais, no Lubango (província de Huíla, no sul) e em Saurimo (província de Lunda Sul, no interior norte), para tratamento e análise de amostras no âmbito deste levantamento do potencial mineiro de Angola. Previa ainda um Laboratório Geoquímico Central em Luanda, sendo que os três equipamentos já estavam em construção e com início de funcionamento previsto para o primeiro trimestre de 2016.

“Permitirá que o país, pela primeira vez, tenha laboratórios próprios para tratar a informação [que vai resultar do Planageo] localmente”, sublinhou o director do Instituto Geológico Mineiro de Angola.

Este projecto era descrito pelo Governo como um instrumento estrutural na estratégia de diversificar a economia, além do petróleo, sector que em 2014 representou 70% das receitas fiscais angolanas, mas cujo peso deveria descer em 2015 para 36,5%, devido à forte quebra na cotação internacional do barril de crude.

Estimava-se que Angola, com um território de 1,2 milhões de quilómetros quadrados, terá potencial para produzir 38 dos 50 minerais mais procurados no mundo, nomeadamente ouro e ferro.

Em Abril de 2016, o ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, anunciou que o levantamento em curso sobre o potencial mineiro do país permitiu identificar “centenas” de novas áreas com potencial para extracção mineira, nomeadamente de ouro, ferro e cobre.

“Os dados processados e interpretados revelam resultados que podem constituir novidades científicas e informação importante do ponto de vista económico”, anunciou o então ministro Francisco Queiroz.

Na abertura do Conselho Consultivo alargado do Ministério da Geologia e Minas, em Luanda, o governante disse que com este levantamento, ainda que de forma provisória, “salta à vista a identificação de 763 alvos”, dos quais 138 foram classificados como “prioritários” para prospecção.

No final de 2015, o Planageo estava com 16 dos 22 blocos em que o país foi dividido já concluídos, representando então um cumprimento de 77 por cento da fase dos levantamentos geofísicos por via aérea.

O ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, anunciou na altura que o levantamento em curso sobre o potencial mineiro do país permitiu identificar “centenas” de novas áreas com potencial para extracção mineira, nomeadamente de ouro, ferro e cobre.

“Os dados processados e interpretados revelam resultados que podem constituir novidades científicas e informação importante do ponto de vista económico”, anunciou Francisco Queiroz.

Angola, como todo o mundo sabe mas que poucos dizem que sabem, é actualmente aquele país que para uma população de cerca de 34,5 milhões pessoas tem 20 milhões de pobres, tem potencial diamantífero nas regiões norte e nordeste do país, com dados que indicam para a existência de um total de recursos em reservas de diamantes superior a mil milhões de quilates.

Esta informação foi divulgada no dia 30 de Junho de 2017 durante a apresentação de um estudo sobre o “Potencial Diamantífero de Angola: Presente e Futuro”, realizado pelos serviços geológicos das diamantíferas russa, Alrosa, e da angolana estatal, Endiama.

No que diz respeito aos kimberlitos, são responsáveis por 950 mil milhões de quilates, enquanto que os aluviões correspondem a mais de 50 mil milhões de quilates.

O director-adjunto da Empresa de Investigação científica na área de pesquisa e prospecção geológica da Alrosa, Victor Ustinov, que apresentou o estudo, referiu que esses dados demonstram que o potencial kimberlítico de Angola é 15 vezes superior ao potencial aluvionar.

“Ao mesmo tempo, podemos dizer que em Angola existem territórios com muito boa probabilidade de descoberta de novos jazigos de diamantes”, disse, acrescentando que a empresa conjunta da Alrosa e Endiama, a Kimang, estava a realizar os seus trabalhos de prospecção geológica numa dessas áreas.

O estudo referia que Angola tem territórios com grandes probabilidades de descoberta de diamantes.

Os resultados da pesquisa apontavam que os territórios, que abrangem as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Malange e Bié, apresentam alto potencial diamantífero, e sem probabilidades de existência de diamantes as províncias do Uíge, Zaire, Luanda e Bengo.

Com potencial provável, o estudo indicava os territórios integrados pelas províncias do Cuanza Norte, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Benguela, onde poderão ser descobertas reservas kimberlíticas com teor médio de diamantes e reservas aluvionares de média dimensão.

Ainda por esclarecer, na altura, o seu potencial estavam as províncias Cuando Cubango, Moxico e Namibe, devendo ser realizado trabalhos de investigação científica, defendeu o responsável.

Victor Ustinov sublinhou que uma vez realizados estudos de investigação adicionais é possível aumentar o potencial diamantífero de Angola em pelo menos 50%.

“Com o potencial de 1,5 mil milhões de quilates de diamantes podemos estar seguros que o sector de mineração vai se desenvolver de forma significativa”, disse, indicando trabalhos que devem ser desenvolvidos nesse sentido.

“É necessário desenvolver novos métodos de prospecção que permitam descobrir jazigos kimberlíticos e aluvionares a grandes profundidades, usando métodos de estudos geofísicos, geoquímicos, análises de imagens espaciais e estudos analíticos”, disse.

A finalizar, Victor Ustinov sublinhou que o potencial diamantífero de Angola “é muito alto e nos próximos anos o país será palco de grandes descobertas”.

No final dessa apresentação, em declarações à imprensa, o então ministro da Geologia e Minas de Angola, Francisco Queirós, disse que a informação apresentada é de grande utilidade para Angola, “não só para efeitos pedagógicos, científicos, como também para o trabalho que se está a realizar de recolha de informação ao nível do Plano Nacional de Geologia (Planageo)”.

Francisco Queirós disse que Angola estava a trabalhar com as autoridades da Rússia para a recolha geológica em posse russa, trabalhos realizados para integrar na base de dados do Planageo.

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